
UFG passa a ter Unidade de Transferência Tecnológica do Cebio
UTT Cebio UFG Nuclisolos Agroambiental representa o avanço de tecnologias sustentáveis
Texto: Caroline Pires
Fotos: Carlos Siqueira
Com a finalidade de atuar na vanguarda da pesquisa científica visando reduzir o uso de insumos químicos na agricultura brasileira e atendendo ao desafio mundial em relação à segurança alimentar, a Universidade Federal de Goiás (UFG) recebeu na sexta-feira (11/4) uma Unidade de Transferência de Tecnologia do Centro de Excelência em Bioinsumos, vinculado ao Núcleo de Pesquisa e Inovações em Ciência do Solo (UTT Cebio UFG Nuclisolos Agroambiental). A Universidade recebe a última unidade do projeto, fruto de convênio inicialmente celebrado entre o Instituto Federal Goiano (IFGoiano) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Confira a galeria de fotos.
O coordenador de Difusão Tecnológica da UTT, Cirano Ulhoa, destacou que um dos grandes desafios atuais é a preparação de pessoal capacitado para lidar com a produção de bioinsumos. “Nós temos muitas parcerias e nossa ideia é fazer uma divulgação maior sobre essa temática também dentro da UFG para conquistarmos ainda mais colaboradores e pesquisadores imbuídos dessa tarefa”, destacou.
Eliana Paula Fernandes Brasil, coordenadora-executiva da UTT, ressaltou que diversas parcerias foram fundamentais para que a realização dessa conquista fosse possível. “Podemos hoje agir com protagonismo, que é resultado nessa construção conjunta. O Cebio UTT foi idealizado de uma forma muito completa e complexa, desde a formação de recursos humanos, passando pela difusão tecnológica e da necessidade transformar a escrita científica em práticas para o produtor”, afirmou. Ela lembrou que hoje o Brasil é o país que utiliza mais insumos biológicos do mundo, e que a expectativa é continuar avançando no uso da tecnologia nessa área. “Esse momento marca ainda um intercâmbio entre a Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos (EA) e também do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), que também só é possível graças ao trabalho de nossos estudantes, bolsistas e colaboradores” agradeceu.

Ao reforçar que a Fapeg atua financiando projetos em áreas estratégias e inovadoras do estado, Marcos Arriel, presidente da Fundação destacou que a UTT Cebio faz parte de uma política pública de Estado maior, que visa a criação de centros de excelências em Goiás. “A construção desse projeto em rede e abrangendo várias instituições nos dá a oportunidade de reduzir a importação de insumos químicos e permite a produção de insumos biológicos para a agricultura. Essa alteração é estratégica para o Brasil”, destacou. O presidente colocou a Fapeg à disposição para seguir sendo parceiro no que se refere a projetos de sustentabilidade e inovação.
Já o diretor do Cebio e docente do IFGoiano, Alexandre Pereira, afirmou que o centro está quebrando paradigmas no que se refere a produção de insumos. “Estamos atuando para que nossa agricultura fique menos sujeita a políticas externas, em um nível macro, mas também é uma ação importante para atuar em temas como a segurança alimentar”, destacou. Segundo ele, essa aproximação com a UFG em muito acrescenta ao projeto e amplia ainda mais a possibilidade de atuação, “não seríamos nada sem os grandes parceiros para capitalizar essas ações”, finalizou.

Iraci Balbina Gonçalves Silva, pró-reitora substituta de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação do IFGoiano, defendeu que todas as instituições ao, juntas, auxiliar cada produtor a escrever um ofício está colaborando para a realização de sonhos. “Mais do que uma posição pedagógica, esta é uma posição política de apostar em uma proposta de desenvolvimento econômico sustentável”, defendeu. Por fim, a pró-reitora de Inovação da UFG, Helena Carasek, agradeceu o papel da Fapeg e lembrou que “o Cebio une áreas que são prioritárias na Universidade, como a tecnologia, a inovação e a sustentabilidade”; destacou.
Histórico
A coordenadora do UFG Nuclisolos Agroambiental, Eliana Brasil, explica que o Plano Nacional de Bioinsumos foi lançado em maio de 2020 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e, após um ano, em maio de 2021, o governo do Estado de Goiás lançou o Programa Estadual de Bioinsumos. Com essa legislação operante, foi possível fomentar recursos via Fapeg o projeto do Cebio em Goiás. O Centro de Excelência tem como proponente principal o Instituto Federal Goiano, com a missão de atender a demanda crescente pelo uso de insumos biológicos. Hoje já existem unidades Cebio instaladas em diferentes municípios goianos como Posse, Urutaí, Morrinhos, Rio Verde, Hidrolândia, Cristalina, Ceres e, agora, em Goiânia, na UFG.

O Centro de Excelência em Bioinsumos surgiu para atender a demanda pelo conhecimento de insumos biológicos em Goiás e no Brasil. possui como missão impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental a partir da pesquisa e inovação, além de promover a difusão de tecnologias em bioinsumos para agricultura e pecuária. Contribuindo para o aumento da segurança no uso de bioinsumos no controle biológico de doenças e insetos-praga e na indução do crescimento e produtividade de culturas agrícolas em Goiás e no Brasil.
A professora destaca que a UTT Cebio UFG Nuclisolos Agroambientall tem como premissa as investigações científicas na produção de fungos micorrízicos e controle biológico com o fungos, como trichoderma, visando a produção de biofertilizantes, “atendemos dessa forma o incremento na fertilidade do solo e a de plantas, colaborando para que o Brasil tenha uma maior autonomia na produção de seus insumos agrícolas”, explicou.
Segundo ela, o Brasil importa 92% de fertilizantes potássicos em torno de 85% de matérias-primas para a produção dos fertilizantes NPK. “Então é extremamente importante para garantirmos uma segurança alimentar, uma agricultura sustentável e regenerativa, atuarmos de forma mais positiva para a produção dos insumos biológicos e insumos naturais”, destacou.
Impacto nas pesquisas
O Projeto Cebio UTT UFG Nuclisolos Agroambiental é vinculado a Escola de Agronomia e com sede no PTSS, desenvolve pesquisas de reaproveitamento de resíduos urbanos e agroindustriais na geração de fertilizantes orgânicos, fertilizantes organominerais, biofertilizantes, desde o ano de 2009. A fusão da oportunidade de parceria com o Cebio UTT abre uma janela de oportunidades para o desenvolvimento de pesquisas inovativas em insumos na tipificação de biofertilizantes.
Especificamente para a formação de estudantes capacitados na área na UFG, a professora explica que o laboratório “é extremamente importante porque já existe a oportunidade de contemplação de bolsas para iniciação científica, bolsas para mestrandos, doutorandos e pós-doutorando”, exemplificou. Hoje a equipe ligada à UTT já é composta pelos bolsistas de iniciação científica da graduação Isadora Pacheco, Sara Ferreira, Fabrícia Oliveira e Guilherme Dorneles, pela bolsista de apoio técnico Isadora Araújo, pelos bolsistas de mestrado e doutorado, Joene Aparecida e Rodrigo Oliveira, respectivamente, e a professora Eliana Brasil como coordenadora-executiva da unidade Cebio UTT UFG Nuclisolos Agroambiental e o professor Cirano Ulhoa coordenador de Difusão Tecnológica da unidade Cebio UTT UFG Nuclisolos Agroambiental.

Fonte: Secom UFG